EM 2026 AS NOVAS REGRAS ESTARÃO EM VIGOR E QUEM AINDA NÃO COMEÇOU A SE ADEQUAR, ESTÁ ATRASADO!

A substituição do PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS pelos novos Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) entra em vigor em 2026, e as empresas terão até 2033 para se adequarem de forma gradual. O setor veterinário foi beneficiado com redução de 30% na alíquota padrão, ao contrário do setor de produtos e varejo pet, que terão que se adaptar a um sistema mais simplificado e sem descontos.

Ronaldo Dias Oliveira, especialista Tributário na PetCont Contabilidade para Hospitais Veterinários, alerta que se feita sem planejamento, a reforma tributária pode resultar em um aumento de impostos para os empresários do setor. “A Re- forma Tributária representa uma transformação inevitável e profunda. Para o setor veterinário,

 

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ela pode ser muito positiva a longo prazo, mas somente para quem estiver estruturado, forma- lizado e com um planejamento tributário sólido”, enfatiza Ronaldo, que ainda acrescenta: “antes de qualquer análise mais técnica, o empresário veterinário deve começar se perguntando três coisas muito simples: 1. Eu sei qual é o meu re- gime tributário e se ele está adequado ao novo modelo? 2. Eu entendo como os tributos impac- tam meu fluxo de caixa hoje? 3. Eu já fiz um pla- nejamento tributário projetando os impactos do IBS e CBS? Se a resposta for ‘não’ para qualquer uma delas, é hora de agir”.

Ainda de acordo com a explicação do consul- tor Ronaldo, muitos hospitais e clínicas vete- rinárias ainda operam de forma informal, com improvisos e sem um controle de fluxo de caixa.

 

No entanto, no novo modelo, o imposto não será mais pago por guia no fim do mês (modelo atual onde o governo financia o hospital ou clínica por 30 dias), mas será cobrado na compra, antecipadamente, direto na operação. “Isso muda completamente a lógica financeira do negócio. Além disso, a redução de 30% da alíquota do IBS e da CBS só se aplica para quem estiver no regime regular. Por outro lado, os créditos são calculados com a alíquota cheia, o que parece ótimo, mas exige muita gestão. Crédito significa tributo pago antecipadamente. Ou seja, quanto mais crédito, mais dinheiro parado, aguardando compensação. O saldo final vai depender de eficiência, controle e, principalmente, de um planejamento tributário bem-feito”, diz Ronaldo. Outra vantagem do novo sistema apontado pelo consultor é que não haverá mais diferença entre produto e serviço: ambos terão a mesma sistemática de tributação. “Isso elimina a prática atual de ‘disfarçar’ produto como serviço para pagar menos imposto, o que, além de arriscado, já está se tornando ineficiente”, completa.

Para Carina de Magalhães do Nascimento, empreendedora, fundadora e contadora na em- presa VetPass, que conta com mais de 25 anos de experiência no universo contábil, a principal vantagem da Reforma é a simplificação. “Na prá- tica, isso significa menos burocracia, menos tem- po com papelada e mais clareza sobre quanto se

Quem se preparar com antecedência vai sentir a mudança de forma bem mais leve diz Carina de Magalhães do Nascimento, da VetPass paga de imposto.

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Para clínicas e pet shops, que muitas vezes perdem horas tentando entender cada tributo, essa mudança tende a deixar a gestão mais previsível e simples. Outro ponto posi- tivo é que a tributação passa a acontecer onde o serviço é consumido, e não onde ele é prestado. Isso pode equilibrar o jogo para clínicas e prestadores que atendem em diferentes cidades. Quem se preparar com antecedência vai sentir a mudança de forma bem mais leve”, afirma.

Thiago Porto, empresário do setor de tecnologia na Sismedic, enxerga a Reforma como um passo necessário. “O sistema tributário brasileiro é extremamente complexo, e o modelo do IBS e CBS traz mais clareza e previsibilidade — o que é ótimo para quem empreende. No caso dos ser- viços veterinários, acredito que o impacto será positivo no longo prazo. A tendência é que o se- tor tenha alíquotas reduzidas e consiga aprovei- tar créditos sobre insumos, o que melhora a mar- gem e dá mais segurança para investir. Agora, o setor pet de produtos deve sentir mais o impacto, porque boa parte das mercadorias — como ração e acessórios — não entrou nas reduções. Então, quem vende produto puro vai precisar se planejar melhor para não perder rentabilidade”, avalia o empresário.

Thiago Porto, da Sismedic

Ainda de acordo com Thiago, outra vantagem que podemos apontar sobre a Reforma Tributária é o crédito tributário mais amplo. “Tudo que a clínica compra, desde medicamentos até equipamentos, pode gerar crédito e reduzir o imposto a pagar. E para quem atua com serviços recorrentes, como planos de saúde pet, check-ups ou pacotes de banho e tosa, esse novo cenário abre espaço para crescer de forma organizada e com mais competitividade”, explica.

Vanderson Silva, diretor comercial da DVJ Pet, empresa que desde 2004 desenvolve soluções de gestão para pet shops e clínicas veterinárias, também acredita que a Reforma será positiva para os empresários que trabalham na regularidade. “Já os que estão trabalhando errado, agora serão obrigados a se organizarem, pois muitos estão na zona de conforto. Agora é a hora do ‘dono de loja’ virar ‘empresário’, arrumar a casa e crescer. Lembre-se que toda mudança gera desconforto e oportunidade, sempre veja o copo meio cheio e não meio vazio, agarre a oportunidade e cresça!”, diz.

Continua…